Polícia
Filho de fazendeiro está entre os presos em operação contra tráfico internacional através de aeroporto
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O filho de um fazendeiro, identificado como Igor Chaves, está entre os presos da operação desencadeada nesta terça-feira (06), pela Polícia Federal, para desmantelar uma quadrilha responsável pelo tráfico internacional de drogas por meio do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Ele foi detido em Cuiabá. Em São Paulo, duas pessoas acabaram mortas em confronto com agentes.
Além de Igor Chaves, também foi preso em Cuiabá Marcos da Silva Scaranaro. Um dos mandados foi cumprido no Condomínio Chapada Diamantina, no bairro Dom Aquino. Conforme apurou a reportagem, por volta das 5h30, os policias federais chegaram no local. Houve muitos gritos durante a ação, vizinhos que estavam iniciando o dia ficaram assustados com a presença da polícia.
Outra ponto de ação é em um prédio na região do Parque Mãe Bonifácia, no bairro Quilombo. Os presos não tiveram suas identidades reveladas.
A operação, que recebeu o nome de Overload, conta com o apoio das polícias Civil, Militar, Rodoviária, Receita Federal, além da corregedoria da PM.
De acordo com a investigação, a organização criminosa é composta por brasileiros, que eram os responsáveis pelo fornecimento de cocaína que seria exportada para a Europa. Além disso, o grupo aliciava funcionários do aeroporto para que interferissem a favor da quadrilha nas atividades de logística do terminal.
As investigações começaram em fevereiro, com a apreensão, na área restrita de segurança do terminal, de 58 quilos de cocaína antes do embarque.
Depois do flagrante, a Polícia Federal mapeou a rede criminosa, identificando as respectivas lideranças, as pessoas com quem se relacionaram e o processo empregado na exportação de grande quantidades de cocaína, a partir do aeroporto, com destino ao continente europeu. A quadrilha também operava para ocultar o lucro obtido com a prática criminosa.
Ainda segundo a investigação, entre os funcionários e ex-funcionários terceirizados do aeroporto que atuam com a quadrilha estão vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tráfego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampa, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiros, que eram os responsáveis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior.
Como funcionava
A Polícia Federal informou que o grupo tinha uma atuação “complexa e sofisticada”, formada por três pilares:
Grupo de operadores externos: pessoas que não pertencem ao quadro de funcionários do aeroporto e eram os responsáveis pelas tratativas com investidores e traficantes estrangeiros, assim como pelo aliciamento de empregados aeroportuários;
Grupo de operadores internos: empregados aeroportuários aliciados que exercem suas atividades na área restrita de segurança, especialmente em funções que envolvam carga e descarga de aeronaves e suas movimentações;
Grupo de operadores estrangeiros: traficantes em solo europeu responsáveis pela retirada da cocaína exportada a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos.
A organização também utilizava o dinheiro do tráfico para comprar imóveis, veículos, abrir contas bancárias em nome de terceiros, e empresas fora do país. Desde o início da investigação, em fevereiro, a Polícia Federal apreendeu 250 kg de drogas em cinco apreensões diferentes.
Olhar Direto